Você Não Está Só #11

Capítulo 11 — O Médico

Anteriormente…

O casal tem uma pista sólida após o fantasma de Bruno aparecer para o irmão. A chave para resolver a maldição é a avó, mas parece que ela foi escondida por muito tempo, agora resta a eles irem atrás de tudo o que puderem conseguir sobre a misteriosa mulher…

eu nunca conheci você de verdade

vi apenas uma sombra projetada

para você isso deve ter sido bondade

me deixar sem saber de nada

 

agora eu vejo a luz

posso ver quem você era

porque você usava a cruz

e porque perdeu para a fera.

O Médico.

Capítulo 11 — O Médico

Revisão: Bianca Ribeiro.

Eu não conheço nada da Zona Norte de Porto Alegre. Quando era criança, muito pequeno para me lembrar de alguma coisa, sei que morei na região, mas a partir do momento que posso visualizar o passado já não me aproximava daqui. Ainda assim, a sensação de estar aqui é estranhamente familiar. Como se as casas tentassem me contar segredos que eu devesse parar para ouvir. Infelizmente o carro vai rápido demais para que eu as escute.

Melissa toca meus dedos, repousados no banco de trás do carro. Espio de canto, mas não consigo ver sua expressão facial. Ela está focada demais olhando a cidade passar pelo vidro. Sorrio de canto e seguro forte sua mão, a manga do moletom que ela veste esconde metade dos seus dedos. O calor se espalha pelo meu braço até alcançar meu coração, incendiando-o. Penso nas coisas que fizemos na outra noite; nos toques, no calor de seu corpo, nas sensações vibrantes.

— Está tudo bem, Ian?

— C-claro — eu virei um adolescente por acaso? — Por quê?

— Chegamos — quem responde é o motorista.

Sinto o corpo inteiro derreter de vergonha. Agradeço ao motorista e desço direto na calçada. Os carros passam depressa pelo outro lado, então me inclino oferecendo a mão para Melissa. Ela segura firme e eu a ajudo a sair do carro. Fecho a porta do carro e ele parte em seguida.

— Que cavalheiro — Melissa debocha.

— É o mínimo que uma princesa como você merece, Princesa Mel.

Melissa ri.

— Adorei o apelido. Princesa Mel. Vou comprar um vestido de abelhas para usar com você da próxima vez que sairmos juntos.

Geralmente ela usa um estilo grunge, misturando jeans, moletons e casacos de flanela. Tenho certeza de que um vestido cairia bem nela e a deixaria ainda mais atraente, se é que isso é possível. Coloco as mãos nos bolsos e me ajeito buscando a clínica com os olhos.

CLÍNICA VITAL está estampado em uma casa branca de dois andares que parece ter sido residencial um dia, a fachada é de madeira com letras coloridas típicas dos anos oitenta.  Antes que eu me dê conta já estou de mãos dadas com Melissa. Trocamos um olhar rápido e concordamos em silêncio. Ouvimos um sino tocar assim que abro a porta de entrada. Várias pessoas idosas nos observam em suas cadeiras nada confortáveis, mas voltam às revistas e ao programa matinal na televisão de tubo no canto da sala.

— Como posso ajudá-los? — a recepcionista na casa dos sessenta anos me pergunta colocando os óculos redondos. Ela aperta os olhos para nós, franzindo as rugas do rosto em uma careta confusa.

— Gostaria de dar uma palavrinha com o Doutor Vital, ele se encontra? Uma de suas pacientes faleceu.

— Minha nossa!

As idosas na sala de espera olham em nossa direção. Tento não fazer contato visual para que elas não se sintam no direito de fazer perguntas, mas quase consigo ler os pensamentos delas. Querem saber quem foi a azarada, afinal de contas, elas são humanas. Nós humanos sempre pensamos que é melhor a desgraça acontecer com o outro.

A recepcionista usa o telefone diante dela sem nos fazer mais perguntas.

— Dr. Vital? Uma paciente sua faleceu e os familiares estão aqui para conversar com o senhor — diz me olhando por cima dos óculos. — Sim, sim, posso mandá-los passar?

Troco um olhar confuso com Melissa. Essa clínica deve confiar muito nas pessoas que veem até aqui, pois em qualquer outro lugar a burocracia seria enorme. Percebo que as idosas na sala de espera fazem careta e voltam às atividades que estavam fazendo, provavelmente incomodadas com o fato de que terão que esperar um pouco mais.

A recepcionista nos explica como chegar à sala do médico. Agradeço ainda um pouco confuso com a facilidade. Seguimos de mãos dadas por um corredor estreito até uma porta com uma plaquinha escrito Dr. Frederico Vital – Ginecologista. Bato na porta, escuto a permissão para entrarmos e abro a porta pedindo licença. Um senhor na casa dos setenta anos miúdo, de cabelos e barba branca feito neve, e óculos redondos nos recebe com um aceno, sentado atrás de sua mesa. Vários certificados decoram suas paredes, incluindo alguns em outras línguas como inglês, espanhol e italiano.

O médico indica as cadeiras para que nos sentemos, o sorriso parece congelado em seu rosto, os dentes são perfeitos demais.

— Como vai a Márcia? — Vital pergunta.

— Eu não falei o nome da minha mãe… — respondo, confuso.

— Ah, desculpa, é que vocês são muito parecidos.

Apesar da forma simpática com a qual ele fala aquilo, eu não me sinto nada confortável com sua dedução. Fez parecer que ele conhecia minha mãe muito bem. E eu tenho certeza de que não conhecia, ela não ia em nenhum ginecologista homem, pois achava isso um absurdo.

Dou uma olhada rápida para Melissa que também está fazendo careta. Vital continua com o sorriso simpático no rosto, feito um palhaço ou pior… como o Chapeleiro. Entreabro a boca e ameaço falar alguma coisa, mas parece que não consigo encontrar as palavras corretas.

O médico, então, dá o golpe final.

— Como vai a sua mãe?

Baixo o rosto, desvio os olhos. Melissa segura minha mão. As lágrimas enchem os olhos e aperto os lábios para não deixá-las cair. Prefiro não o olhar, pois temo que ele esteja sorrindo.

— Eu sinto muito, guri. Você é o mais novo, não é? Ian, certo?

— Hum-hum — falo ainda de cabeça baixa.

— Quanto tempo faz que isso aconteceu?

— Foi em março, há quatro meses — quase exatos, ameaça escapar.

Parece muito mais. Cada noite em que não pude dar boa noite para ela, na porta de seu quarto, foi como se passasse uma pequena eternidade. Algo dentro de mim se agita com raiva. Lembro-me do sorriso maldoso daquela entidade maldita, assim como do rosto dela deitado naquele caixão simples, cercada por pessoas da igreja e amigos de adolescência que choravam assustados com a finitude.

— E seus irmãos, como estão?

Solto um riso abafado. Balanço a cabeça para os lados. Quero fugir. Mais uma vez estou encarregado das más notícias. Foi assim em todas as partidas. Como se doesse menos em mim. Sempre ouvi dentro de casa que eu era resiliente, pois dificilmente me abalava com as coisas, mas a verdade é que ninguém é inquebrável. Eu só nunca fui bom em demonstrar.

— Eles também, doutor — Melissa fala apertando minha mão com carinho.

— Eu sinto muito. Vocês são namorados?

Nossas mãos estremecem como se uma corrente elétrica passasse por elas. Espio a reação dela, que desvia os olhos do doutor com um sorriso amarelo. Solto o ar, alivio os ombros, encaro o médico e respondo:

— Não. Ainda não.

A expressão nele é nojenta. Cheia de pena, o sorriso melancólico que todas as pessoas lançam a mim quando escutam minha história. O mesmo pesar que exala das pessoas da faculdade quando chegam perto de mim. E, assim como elas, este homem nem me conhece. Nunca conversamos. Será que as pessoas não percebem que todo mundo se vai um dia? Isso vai acontecer com elas também! Por que eu mereço ser olhado assim? Essas pessoas acham mesmo que estão acima de tudo isso?

Vai se foder você e sua pena, é o que gostaria de falar, mas isso não ajudaria em nada. Aperto a mão de Melissa. Estamos aqui para descobrir mais sobre a minha avó e tentar fazer alguma coisa para termos mais tempo juntos.

— Sinto muito mesmo, Ian. Sua mãe era uma boa pessoa. Acredito que seus irmãos também. Obrigado por vir pessoalmente me contar e—

— Eu não vim por isso — interrompo-o. — Nem sabia que a conhecia.

O semblante dele muda. Sem sorrisos ou pena, apenas confusão.

Adoraria saber mais sobre a relação dele com minha mãe, mas tenho a impressão de que fazer isso abrirá um caixão na minha mente que só fará fantasmas me cercarem e nublarem minha visão.

Preciso ser racional como sempre fui.

Estar neste consultório pode ser perigoso para este homem, a entidade pode não gostar caso ele vá me contar algo importante que possa mudar o curso das coisas. Passo os olhos ao nosso redor. Não há nenhuma névoa sobrenatural. Nenhum sinal do sorriso maléfico daquela praga.

— Quero saber mais sobre a minha avó.

— Isso é curioso. Bruno também esteve aqui atrás disso. Imaginava que Márcia nunca falaria nada sobre ela, mas não entendo o que está motivando essa busca de vocês…

Falta-me vocabulário para explicar o motivo. Se eu falar a verdade, só receberei um encaminhamento ao psiquiatra. Espíritos, entidades, fantasmas… nada disso existe no mundo concreto. Isso é uma coisa muito além do que humanos entendem. As conquistas acadêmicas do médico saltam aos meus olhos. Ele é um homem de razão. Eu também sou, não sou?

— É normal querer saber mais sobre a família após tantos lutos.

Melissa me salva ao falar aquilo, mas também faz tudo ficar mais azedo. Luto. Perda. Fim. Mordisco o lábio inferior. Melissa acaricia o dorso da minha mão com o polegar. Engulo o choro como Jonas me ensinou a fazer na infância e visto a máscara que todos esperam.

— Achava que minha avó estava morta há décadas, mas enquanto organizava tudo após minha mãe… — a palavra que preciso dizer trava na garganta como uma espinha de peixe, rasga até as cordas vocais e sobe num refluxo sangrento —… morrer.

Uma pétala passa por mim e desaparece na imensidão do além. Meu coração estremece, baixo a cabeça, as lágrimas estão saindo sem que eu consiga evitá-las. Minha mãe está morta. Ela não se foi, ela morreu. Por mais claro que isso tenha sido desde o começo, ouvir da minha própria boca muda o sentimento dentro de mim. Sacudo os ombros com um choro que eu nem imaginava estar preso.

— Desculpa, é muito recente — Melissa explica, a mão acariciando minhas costas de leve. — Você pode imaginar o choque dele em saber que a avó viveu muito mais do que ele jamais soube.

— Como eu disse: Márcia nunca falaria sobre a Rosa.

— Por quê? — pergunto, a cabeça ainda baixa, as lágrimas criando um nó na garganta.

— O mundo era diferente naquela época, mas os resquícios da vergonha ainda existem atualmente.

— Vergonha do quê?

Levanto o rosto e tenho certeza de que meus olhos estão vermelhos. Vital solta um suspiro cansado.

— Você não sabe mesmo de nada?

— Não, doutor.

— Ela devia ter contado ao menos o histórico médico…

— Que histórico médico? — Melissa dispara.

— Rosa sofria de esquizofrenia.

Pressiono os olhos. A frase faz vários pensamentos transbordarem. Saber disso era nosso direito do ponto de visto médico. Nós três vivemos com predisposição a alguns transtornos mentais. Minha mãe nunca falou dessa possibilidade, por mais que acreditasse na psicologia, o que significa que ela apenas não acreditava que esse diagnóstico era verdadeiro.

Eu não sei em que acreditar. Se ele tivesse me dito isso antes de ver Melissa com os olhos brancos e a voz transmutada na noite do centro espírita, teria aceitado imediatamente o diagnóstico. Hoje, porém, é impossível. Correria riscos demais se fosse negar a possibilidade de ela ter sido apenas vista como doente; e parte disso se dá porque se eu contar tudo o que tenho visto e sentido, também serei considerado insano.

— Pela forma que o doutor fala parece ter sido muito grave o quadro — comento. — Ela precisava de ajuda para viver?

— Sim, infelizmente. Rosa estava em um quadro gravíssimo quando foi internada pela primeira vez e nunca se recuperou. Pelo menos é isso o que constava nos laudos dela. Eu a conheci depois que ela já estava no local onde viveu até a morte.

— E onde ela vivia?

O médico respira fundo, olha pela janela e solta todo o ar, cansado.

— Hospital Colônia Santa Mônica.

Nunca ouvi esse nome antes, mas antes que eu possa questionar, o médico se levanta da cadeira nos enxotando de forma educada. Explica que precisa atender as pacientes antes que o atraso se acumule demais e deseja sorte em nossas buscas sobre minha avó. Estamos no meio do corredor com o idoso na porta em um piscar de olhos.

— Tenham cuidado.

A porta fecha na nossa frente após o aviso.

Saio da clínica de cara fechada, sem me despedir da recepcionista. Centenas de pensamentos atravessam minha mente neste momento. Paro na frente do lugar, pego a carteira de cigarros e dou três batidinhas nele. Melissa se senta em uma mureta ao lado, seus pés balançam no ar.

A fumaça espirala acima de mim. Consigo aliviar mais os ombros. Tento construir um mosaico ordenado de informações, pensamentos, reflexões e medos, mas é mais difícil que aparenta.

Fico em silêncio, trago outra vez.

A palavra morte ainda está azedando na ponta da língua. O rosto de cada um deles em seus caixões no dia em que morreram esfaqueia minha mente. Aperto os olhos dando uma tragada profunda. Solto a fumaça como se expulsasse as lembranças ruins, mas elas continuam ali.

— Acho que devemos ir ao hospital — Melissa quebra o silêncio em que me botei e todos os sons da cidade voltam para me assombrar.

Eu devo, penso, mas evito falar. Gostaria de ter evitado que ela se envolvesse nisso. Podia só ter faltado aula e não dito nada, mas não consegui. Agora ela está correndo risco por minha causa. Dou uma última tragada no cigarro e atiro a bituca no chão. Ele rola até cair da calçada com um fio de fumaça.

— E se tudo isso for mesmo coincidência?

— Do que você está falando, Ian?!

Coloco as mãos nos bolsos e encaro as nuvens cinzentas.

— Nem todas as tragédias precisam fazer sentido.

— Isso é por causa do histórico médico da sua avó?

Prendo outro cigarro nos lábios, dou de ombros. Melissa suspira alto, sacode a mão à frente do corpo e eu entrego o maço a ela. Presto atenção na maneira como ela acende e traga, o desenho que os lábios fazem, a curvatura dos dedos segurando o isqueiro. A fumaça escapa de sua boca como uma serpente encantadora. Tudo o que ela faz fica belo.

— Um diagnóstico não é um atestado de óbito. Sofrer de um transtorno não te torna menos humano. Você sabe muito bem disso. Talvez ela tenha sofrido de problemas psicológicos, mas isso não impede de ela ter sido afetada também pelo sobrenatural.

— É muito mais provável que tenha sido só coisa da cabeça dela.

— Como você explica o que aconteceu no centro espírita?!

Melissa parece nervosa com a situação. Desvio o olhar. As nuvens começam a ficar mais densas no horizonte. Os carros na cidade mais numerosos. Pelo visto uma tempestade vai começar. Solto a fumaça para o alto e assisto ela desaparecer diante de mim.

Quero ignorar os sinais e aceitar o diagnóstico. Tudo se tornaria mais fácil. Eu seria apenas um jovem com transtornos psiquiátricos que precisa ser diagnosticado e tratado adequadamente. Posso conviver com isso e, mais importante, posso conviver com Melissa desta forma. Volto a encará-la, está apoiando o cotovelo num dos braços, o cigarro ao lado do rosto nublando a expressão com a camada de fumaça.

— Não faço a menor ideia de onde fica esse hospital — falo aceitando que não vou conseguir convencê-la a não ir.

O sorriso mais lindo do mundo brilha no rosto dela. Joga o cigarro fora, desce do muro pisoteando-o e me mostra o mapa na tela do celular com a localização marcada indicando o nome do hospital. Ele fica no meio do nada, entre as cidades da região metropolitana de Porto Alegre, mas muito, muito distante de toda a civilização.

Puxo fundo a fumaça para dentro dos pulmões. Muitos hospitais colônias foram usados no passado como um “depósito” de pessoas com transtornos mentais ou que faziam parte de minorias sociais. A luta antimanicomial teve papel importante na extinção dessas atividades. Assim como aconteceu na época de hanseníase no país, quando as pessoas infectadas eram isoladas da convivência social e excluídas da memória coletiva até a morte.

Minha avó deve ter sido uma das vítimas desses absurdos. Sua existência tão ignorada que nem mesmo sua família a conhecia. Resta entender o que aconteceu para fazê-la ficar neste lugar. Será que foi lá que ela fez um pacto com a entidade? Por que minha tia-avó não falava dela? Minha mãe teve contato?

O cigarro queima as pontas dos meus dedos enquanto me perco em pensamentos. Jogo-o longe em reflexo, sacudo a mão no ar como se isso aliviasse a ardência. Melissa segura meu braço e beija meus dedos. Todos os pensamentos desaparecem de repente. Ela ergue os olhos de encontro aos meus, a boca ainda nos meus dedos. Meu coração erra uma batida.

— Como você consegue ser tão linda?

— Você me achou linda assim? Safadinho.

Balanço a cabeça para os lados, o sorriso alivia minha expressão.

Melissa afasta o rosto sem soltar a mão.

— Achei que você tivesse sido criado em lar cristão, mas pelo visto tem muitos pensamentos impuros — Melissa debocha.

— Estando com você fica difícil não ter.

Ela revira os olhos se rindo toda.

— Podemos visitar o lugar a qualquer momento? — indago.

— De acordo com o site da prefeitura, sim.

— Você foi mesmo rápida na busca — comento, pasmo.

— Bastou jogar o nome na internet para encontrar informações. Parece ter sido usado na época da lepra, mas acabou virando lar de muitas pessoas porque elas não sabiam mais como conviver em sociedade. A última notícia documentada foi de quatro anos atrás quando viviam apenas doze pessoas dentro dos muros da cidade-hospital.

Melissa guarda o telefone e fica com as mãos nos bolsos do moletom. Encosta-se no muro com a cabeça na parede, os olhos mirando o céu. Faço a mesma coisa ao lado dela. Em um piscar de olhos ela repousa em meu ombro, o cheiro dos seus cabelos inundando meu olfato. Fecho os olhos aproveitando cada instante em que estamos assim.

O barulho da cidade é sobreposto com um trovão que rompe as nuvens cada vez mais escuras. Vai mesmo chover. Toco a mão dela timidamente, entrelaçando nossos dedos. Será que posso me dar ao luxo de ficar assim só mais uns minutos? Os céus trovejam em resposta. Precisamos mesmo ir embora.

— Vamos passar em casa primeiro — Melissa fala baixinho.

— É uma excelente ideia.

As primeiras gotas de chuva começam a cair sobre nossas cabeças, porém nem mesmo isso é suficiente para nos estremecer agora que estamos juntos.

Comentário do Autor

Entramos no último mês do ano — e nos capítulos finais do ato 2! Novembro, porém, não foi fácil. Muito trabalho tornou difícil até mesmo divulgar tanto esta história quanto a promoção de Devorado pelo Vazio, citada no envio anterior. Acredito que deva melhorar um pouco esse mês…

Agora que estamos chegando ao fim do ato 2 penso se o ritmo da história deva mudar e passar a ter mais capítulos na semana… é uma possibilidade. Seja como for, estou muito ansioso pelo que irão achar dos próximos capítulos. Um fato curioso é que, originalmente, deveria ter outro capítulo hot após este, mas cortei porque não estava conseguindo fazer algo a altura do primeiro. Quem sabe um dia não venha como extra?

Mas nem só de lançar livro vive o escritor, tem também leituras. No momento em que programo esse envio estou em 75% de Belladonna da Laura Reggiani e amando cada página, desejando que nunca acabe. Também estou fazendo a releitura de Tokyo Ghoul de Ishida Sui após comprar o box — e estou no volume 8/14. Também aproveitei muito o novo álbum do Linkin Park, From Zero, e nos últimos dias do mês a banda de visual kei Kein lançou teve seu “major debut” com PARADOXON DOLORIS e eu amei!

Quero conseguir terminar ambas as leituras e começar algo novo, de preferência de terror ou suspense. Vamos descobrir isso mais tarde, né?

Gogun.